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Ownership and Leadership: Pathway for (Endangered) Languages’ Use in School

Recolha de dados 1: Planeamento preliminar


Area of Interest: Documentation and text collection

Skills:

Competences:

Age Bracket: Adult Education

Time Commitment: 30 – 60 minutes

Affordability:

Materials:

Quer se trate de uma recolha de dados casual em pequena escala ou de um esforço de documentação ambicioso e abrangente, é crucial um planeamento adequado. Este guia ajudá-lo-á a organizar o seu projeto, a acompanhar o seu progresso e a partilhar eficazmente os materiais recolhidos com alunos e colegas educadores.

Não são necessários materiais específicos na fase de planeamento. Recomendamos uma abordagem digital em primeiro lugar em todas as actividades de recolha de dados, pelo que necessitará, pelo menos, de um computador portátil ou de secretária com software de texto e de folha de cálculo.

Expert recommendations:

PRINCÍPIOS LEXICOGRÁFICOS A CONSIDERAR
Compreender os princípios lexicográficos básicos é crucial para a recolha de amostras de texto para o ensino das línguas. Estes princípios ajudam-no a analisar e organizar as suas amostras de forma mais eficaz, conduzindo a melhores materiais didácticos e a uma compreensão mais profunda da utilização da língua. Ao aplicar estes conceitos, pode identificar padrões na utilização de palavras, compreender como o contexto afecta o significado e reconhecer as nuances da linguagem que podem não ser imediatamente aparentes. Este conhecimento permite-lhe criar recursos mais abrangentes e precisos para os seus alunos, ajudando-os a desenvolver uma compreensão mais autêntica e diferenciada da língua-alvo.

Ao recolher e organizar as suas amostras, tenha em mente estes princípios lexicográficos básicos:
1. Frequência: Observe a frequência com que certas palavras ou frases aparecem nas suas amostras.
2. Contexto: Registe o contexto em que as palavras são utilizadas, uma vez que este pode afetar o significado.
3. Colocação: Preste atenção às palavras que aparecem frequentemente juntas.
4. Registo: Observar o nível de formalidade de cada texto.
5. Campos semânticos: Agrupe as palavras relacionadas das suas amostras em categorias temáticas.

CONSIDERAÇÕES ÉTICAS
1. Direitos de autor: Certificar-se de que não está a violar as leis de direitos de autor. Utilizar materiais do domínio público ou de utilização justa para fins educativos.
2. Privacidade: Torne sempre anónimas as informações pessoais em amostras de texto.
3. Consentimento: Se recolher amostras de indivíduos (por exemplo, conversas no WhatsApp), obter autorização explícita.

Language: Portuguese

Translations:

Data Collection 1: Preliminary PlanningDatasamling 1: Plan fan OanpakDatu vākšana 1: sākotnējā plānošanaDataverzameling 1: Plan van AanpakDatainnsamling 1: Foreløpig planlegging

DEFINIR O ÂMBITO DO SEU PROJECTO

Antes de se debruçar sobre os pormenores, defina claramente o âmbito do seu projeto:

  1. Objetivo: O que é que pretende documentar? (por exemplo, conversas do quotidiano, vocabulário de um domínio específico, variações dialectais entre cidades, processos ou acções como cozinhar ou dançar…) Limitar o seu objetivo ajudá-lo-á a determinar muitos dos pormenores do seu projeto, como a convenção de atribuição de nomes ou os formatos que faz mais sentido utilizar (por exemplo, o áudio pode ser suficiente para documentar variações dialectais, mas pode precisar de vídeo para documentar conversas entre grandes grupos de pessoas).
  2. Escala: Trata-se de um projeto casual e de curto prazo ou de um esforço abrangente e de longo prazo? Está a embarcar neste projeto sozinho ou trata-se de um esforço de equipa? Existe um prazo e qual o seu grau de rigor?
  3. Recursos: Que tempo, equipamento e ajuda estão disponíveis? (Ver as entradas das colecções de texto, áudio e vídeo para exemplos de aplicações e equipamento a considerar).
  4. Cronograma: Defina datas realistas de início e fim para as fases do projeto. Recomendamos que comece com pouco tempo, especialmente à medida que vai ganhando confiança no seu sistema de arquivo e equipamento.

CRIAR UM SISTEMA DE ARQUIVO

Pode parecer contra-intuitivo, mas uma das primeiras coisas que tem de decidir é como vai guardar e gerir os dados que está prestes a recolher. Não é muito excitante, mas poupar-lhe-á muitas dores de cabeça no futuro.

Um sistema de arquivo bem organizado é crucial para gerir eficazmente os dados recolhidos:

  1. Escolha uma convenção de nomenclatura coerente:
    • Utilizar nomes descritivos e concisos
    • Incluir a data, o tipo de conteúdo e uma breve descrição
    • Exemplo: “20240506_Ljouwert_CoffeeOrder.mp3”
  2. Criar uma estrutura lógica de pastas:
    • Pasta principal do projeto
      • Amostras de texto
      • Gravações áudio
      • Gravações de vídeo
      • Transcrições
      • Metadados
    • Considere subpastas para diferentes temas, locais ou níveis de dificuldade
  3. Utilizar ficheiros de metadados ou utilizar um modelo:
    • Criar uma folha de cálculo (por exemplo, Excel, Google Sheets) para registar os detalhes de cada amostra
    • Incluir campos como:
      • ID único
      • Nome do ficheiro
      • Data de recolha
      • Tipo de conteúdo (texto, áudio, vídeo)
      • Origem/Localização
      • Participantes (anónimos)
      • Nível linguístico
      • Temas-chave ou vocabulário
      • Estado dos direitos de autor
  4. Efetuar cópias de segurança regularmente:
    • Utilizar o armazenamento na nuvem (por exemplo, Google Drive, Dropbox) para facilitar o acesso e a sincronização automática
    • Manter uma cópia de segurança local num disco rígido externo

ACOMPANHAMENTO DO PROGRESSO DO PROJECTO

Para garantir que o seu projeto se mantém no bom caminho:

  1. Manter um diário do projeto ou um quadro de gestão:
    • Utilize uma folha de cálculo simples ou um bloco de notas com colunas para “A fazer”, “Em curso” e “Concluído”. Isto é especialmente importante se planear gravar vídeo, uma vez que o processamento dos ficheiros pode demorar muito tempo.
  2. Divida o seu projeto em tarefas exequíveis:
    • Objectivos de recolha de dados (por exemplo, “Recolher 5 amostras de menus de restaurantes até ao final do período da primavera”)
    • Tarefas de processamento (por exemplo, “Transcrever 1 gravação áudio em cada aula”)
    • Tarefas de análise e aplicação (por exemplo, “Testar as capacidades auditivas de cada turma com a minha melhor gravação e pedir feedback aos alunos”)
  3. Estabelecer objectivos:
    • Defina os pontos-chave do seu projeto (por exemplo, “50% dos dados recolhidos”, “Todas as amostras de vídeo processadas”)
    • Alinhe-os com o calendário do seu projeto (se tiver um)
  4. Controlos regulares:
    • Se estiver a trabalhar com uma equipa ou com os seus alunos, reserve tempo para rever o seu progresso e avaliar a qualidade das suas gravações.
    • Ajustar o calendário ou o âmbito de aplicação, se necessário.
  5. Mantenha-se criativo:
    • Utilize o seu diário de projeto para documentar os desafios, as ideias e as decisões tomadas durante o projeto.

PARTILHAR O SEU PROJECTO

A partilha fomenta a colaboração, suscita novas ideias e pode levar a descobertas ou aplicações inesperadas do seu trabalho. Também assegura que os seus esforços têm um impacto duradouro, podendo inspirar ou apoiar outros projectos no futuro. No contexto da preservação das línguas, a partilha de documentação de línguas ou dialectos menos ensinados pode ser particularmente valiosa, contribuindo para o esforço coletivo de manter a diversidade linguística. Lembre-se, um projeto partilhado tem o potencial de beneficiar não só o seu círculo imediato, mas toda a sua comunidade.

Partilhar eficazmente os materiais recolhidos aumenta o seu valor para o ensino e a investigação:

  1. Organize os materiais para facilitar o acesso:
    • Criar “pacotes” de materiais relacionados (por exemplo, um vídeo com a sua transcrição e lista de vocabulário)
    • Desenvolver um índice ou catálogo claro dos recursos disponíveis
  2. Assegurar a conformidade com a privacidade e os direitos de autor:
    • Remover qualquer informação pessoal identificável
    • Assinalar claramente o estatuto de direitos de autor e os direitos de utilização de cada item
  3. Escolher plataformas de partilha adequadas:
    • Para os estudantes:
      • Sistemas de gestão da aprendizagem (por exemplo, Moodle, Canvas)
      • Pastas partilhadas na nuvem (por exemplo, Google Drive com acesso restrito)
    • Para os colegas educadores:
      • Bibliotecas escolares e repositórios institucionais
  4. Criar guias do utilizador:
    • Explicar como navegar no sistema de ficheiros
    • Fornecer sugestões sobre como utilizar os materiais no ensino ou na investigação
  5. Incentivar a colaboração:
    • Incentivar outros educadores a contribuir para o projeto
    • Considerar a utilização de plataformas de colaboração como wikis ou documentos partilhados
  6. Utilizar os dados no ensino:
    • Teste novas amostras de línguas com os seus alunos e peça-lhes feedback.
    • Experimente mais actividades neste Guia Prático com textos e gravações feitas por si.